Eram quase duas da manhã depois de quase seis meses e de repente ela ouve alguém tocar a porta.
- Quem é?
- Sou eu.
- Que é que você quer?
- Você.
- É tarde...
- Por quê?
- Porque hoje sou eu que não quero mais você. Por isso fora! esqueça meu rosto, meu nome, essa casa e siga seu rumo!
- Estás mentindo posso ver...
- Fora! esqueça meu corpo, meus sonhos, meus beijos e todo o meu mundo. Fora! esqueça o nosso tempo, tá tudo acabado e não se surpreenda... esqueça de mim que afinal, pra esquecer você tem experiência.
- Fui procurar emoções que nunca vivi, em busca de sensações que nunca senti... ao descobrir que isso tudo era só fantasia voltei. Pois na verdade o que eu quero e preciso é somente você!
- Adeus!
- Ajude-me.
- Não quero mais falar!
- Pense em mim...
- É tarde..
- Por quê?
- Porque hoje sou eu que não quero mais você...
O caso acima não soa estranho em nossos ouvidos. É um ciclo, o qual se repete e o que muda são apenas os protagonistas da experiência. A verdade é que os temores da perda quase sempre só surgem após a separação. O que é muito estranho. Por que será que só nos ocorre a possibilidade de perder algo (ou alguém) quando já nos fugiu das mãos? Inclusa na pergunta você já tem a resposta. Justamente por ela (a coisa, ou pessoa) não mais estar embaixo de nossas asas. Parece ridículo, e é. Alguma coisa só brilhar aos nossos olhos quando não nos pertence.
Todos nós em sã consciência deveríamos apreciar o que de direito nos pertence, assim respeitaríamos não só o bom senso como também nossas próprias escolhas e não correríamos o risco de ficar sem elas. Perder algo que se gosta por pura imprudência é como desejar para si o sofrimento. Daí então as pessoas se perguntam, por que sofro? por que isto aconteceu comigo? quando na verdade elas já têm a resposta.
É certo que após algum tempo, muitos casais acomodam-se e deixam de apreciar o relacionamento, e o erro proveniente de muitas separações começa a partir de então. Para um relacionamento dar certo, acima de tudo, o amante precisa admirar seu parceiro(a), quando isso não mais acontece, é um caso quase perdido.
O amor por si só não se sustenta, o mais que pode aguentar é uma temporada. Com o passar do tempo, no relacionamento, a rotina é inevitável. O que vai contar é o intencional do casal.
Lembro-me de um casal que tinha tudo pra dar certo. A moça era linda, e o amado todo apaixonado.
O tempo foi o juíz dessa separação que sucedeu por conta dessa acomodação, neste caso, por parte dele que após se certificar do amor correspondido não controlou as emoções que brotam com esse sentimento.O mais importante neste momento, seria um direcionamento concreto que deveria partir desse rapaz, o que na maioria das vezes não acontece com homens, jovens e amantes da sua própria liberdade. Faltou responsabilidade para assumir algo mais sério, algo que quase sempre amedronta os homens.
Depois da separação vem a indiferença por parte dos dois, mas quase sempre maioria por parte dos homens, que com seu másculo orgulho sempre acham que em qualquer esquina vão encontrar outra mini-saia tão legal quanto a sua. Meu relato aqui não é feminista, de jeito algum, eu apenas enfatizo o modo meio que de cunho genético como o homem trata uma relação. O agir com a razão dos homens, enquanto a mulher age sempre com o emocional é religiosa e cinetificamente comprovado. Porém, nada que não se solucione com um consenso.
É incrível como duas pessoas podem parecer tão estranhas quando eram tão íntimas.
Depois de uma separação não adianta tentar ser amigo do(a) ex. Ah não, não rola! Se o interesse de reatar essa relação ainda existir pior ainda. Bondade na separação é desinteresse!
Não tente justificar a indiferença do outro, um homem quando quer algo não há nada que o faça sair dali. Com a mesma intensidade acontece quando ele não quer, não há nada que o prenda.
Pois bem, às vezes o que parecia tão certo se vai de uma forma tão banal. A verdade é que nos esquecemos que nada é pra sempre nesse mundo. Tudo tem por obrigação seu início, meio e fim. E isso acontece em todos os aspectos da nossa vida.
Esses são os caminhos que a vida toma, sem nos pedir licença. Mas que estejamos certo, de que nada nessa vida nos chega por acaso, permanece por acaso e acaba por acaso.
Nunca diga que um relacionamento não deu certo. Claro que deu, durante o tempo que passaram juntos, mesmo que isso tenha sido uma semana, ali tudo deu muito certo.
Mas não tenha medo de encerrar esses ciclos, viva, sonhe, chore se for preciso.
Se achar que deve voltar, volte.
Se achar que deve seguir, então siga.
Se perdeu um amor, que este não a faça se perder.
E se o achou, agarre-o.
E o mais importante, nao deixe-o partir sem sérios motivos. Não deve ser tolerável que deixemos escapar de nossas mãos algo que tanto lutamos para conquistar.
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